Menos desalentados do Brasil? SC tem menor taxa de pessoas que desistem de procurar emprego
15/08/2025
(Foto: Reprodução) Santa Catarina tem taxa de desemprego abaixo da média nacional.
Foto: Roberto Zacarias/SECOM
Santa Catarina tem a menor taxa de desalentados do Brasil, com um índice de 0,3% diante de uma força de trabalho composta por 4,53 milhões de pessoas. A taxa, divulgada nesta sexta-feira (15) pelo IBGE, mede a quantidade de pessoas que gostariam de trabalhar, mas desistiram. O estado também tem o menor número de desempregados do país (entenda os termos abaixo).
Os números tratam da realidade do segundo trimestre de 2025 e são resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). O total de pessoas desalentadas no estado diminuiu de 15 mil para 13 mil entre 1° e o 2° trimestre deste ano, uma redução de 2 mil indivíduos.
Segundo especialistas, os índices são consequência de um mercado de trabalho aquecido e diversificado, com empregos mais formalizados, o que traz estabilidade e perspectiva de crescimento (leia mais abaixo a avaliação de especialistas).
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🔎Os desalentados são pessoas fora da força de trabalho (considerados como força de trabalho potencial) na semana de referência que a pesquisa foi feita e que estavam disponíveis para assumir uma vaga, mas não tomaram providência para conseguir trabalho porque:
não conseguiam trabalho adequado;
não tinham experiência profissional ou qualificação;
não havia trabalho na localidade em que residiam; ou
não conseguiam trabalho por serem considerados muito jovens ou muito idosos.
Dados da pesquisa sobre SC
Desocupação de 2,2% é a menor do país
No 2º trimestre de 2025, Santa Catarina alcançou um marco histórico ao registrar a menor taxa de desocupação entre todas as unidades da federação, com apenas 2,2% (números gerais na tabela acima). O percentual representa também o menor já registrado em toda a série histórica, superando o anterior mínimo de 2,6% observado no 4º trimestre de 2013.
No país, a média nacional de desocupação foi de 5,8%, o que representa uma queda em relação ao primeiro trimestre, quando a taxa ficou em 7%.
🔎O IBGE considera desocupadas as pessoas que não têm trabalho, mas estão ativamente procurando uma oportunidade, mesmo critério usado em padrões internacionais.
O que pensam os especialistas
Professor de Economia e Finanças, Edivan Junior Pommerening afirma que os números são consequência de uma economia que combina indústria forte, agronegócio competitivo, turismo consolidado e setor de serviços dinâmico. Na avaliação do especialista, o perfil do estado também cria oportunidades em diferentes áreas e níveis de qualificação, reduzindo o desânimo entre os trabalhadores.
"Outro ponto é a alta formalização de empregos, o que traz estabilidade e perspectiva de crescimento. A taxa de desocupação é a menor do país e a de informalidade também. Além disso, o rendimento médio é um dos mais altos do Brasil, o que motiva a busca por vagas. A cultura empreendedora e cooperativa da população também contribui, estimulando alternativas de geração de renda. Há ainda uma boa rede de qualificação profissional, conectada às demandas das empresas locais. Tudo isso forma um ciclo virtuoso que mantém o catarinense ativo no mercado de trabalho", diz.
Em relação ao desemprego, Pommerening afirma que o mercado de trabalho do estado é mais formalizado, o que garante estabilidade e incentiva a busca por vagas. Há também uma boa oferta de cursos e programas de qualificação alinhados às necessidades das empresas.
O economista Guilherme Alano também pontua a diversidade das empresas do estado. Segundo ele, o estado tem indústrias fortes, assim como o agronegócio e o setor de turismo forte, "de modo que diminui a sensibilidade a um único fator" o que diferencia Santa Catarina de outros estados.
"Com maior oferta de empregos, via de regra, empregos de melhor qualidade e formais, incentivam mais a busca por ocupação, colocando o estado em uma posição privilegiada a outros estados", diz.
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